
, de vez em quando a gente sofre por renunciar o que gosta e mais ainda, sofre por renunciar por uma coisa que nem tem certeza que nem sabe se vai te fazer feliz. Nesses segundos passam pela cabeça quantas quedas e quantas recuperações aconteceram, quantos momentos de felicidade extrema, quantas coisas mudaram e vão mudar e mais ainda, em quantas aulas em que eu me senti eternamente bailarina, eternamente no real sentido da palavra. De uma forma diferente os últimos dois anos da minha vida marcaram pra sempre, não só por ter conhecido e reconhecido o valor de algumas pessoas exatamente como deveria, mas por ter revelado força o suficiente pra correr atrás de um objetivo, como corri nos dois últimos anos, corri e, em parte, alcancei. Não que eu esteja deixando isso pra trás, totalmente, mas um pouco disso sim, vai ficar pra trás, vai ficar junto com o pedacinho de mim, um pedacinho que amou e lutou muito, que sentiu o que nunca tinha sentido e que entendeu como fazer o essencial ser visível aos olhos, nunca vão existir palavras que expliquem, isso eu digo com certeza, o que significa pisar num palco e viver (sim, viver é a palavra certa) um personagem, no dia três, ontem no caso, eu me benzi tocando no palco e olhei pra frente não como se fosse a última vez, mas como se fosse um tempo de um ciclo, não consigo ver isso fora da minha vida, até porque de certa forma, nunca vai estar fora e sim vai ser sempre uma das maiores partes dela. Nunca pensei que fosse ter que dizer isso, mas é melhor deixar um ano pra depois do que ter que renunciar por muito tempo, nunca sei como terminar de escrever ou o que é melhor pra dizer até porque não tem coisa que eu mais odeie do que perder o controle e o domínio sobre algo, odeio não saber o que e como vai acontecer a partir de agora, mas eu sei que isso sim foi uma das coisas que eu fiz, que amei da forma mais apaixonada que eu pude amar,