Num primeiro momento sinto alívio, seja físico, seja mental e até um sentimento de ser livre na rotina que eu mesma, agora, posso criar. Num segundo momento procuro preencher aquele vazio do horário, num terceiro procuro preencher o do coração. Nada preenche. Nos próximos momentos é como se algo fosse adentrando e ferindo o corpo cada vez que perco a força dos pés que me fazem crescer, pairar, subir, girar. Cada vez que sinto perder o sentimento de estar em cena, de ser completa, de estar, de fato, num mundo meu. Perco a mágica por entre as mãos que não mais relembram a energia de antes, que não mais repetem movimentos... isentam-se do peso do corpo ante a barra.
É como se a amplitude do meu corpo fosse diminuindo, diminuindo e diminuindo num espaço imenso que precisa ser preenchido de qualquer forma, a qualquer custo e é como se fosse dificil demais deixar que esse espaço diminua de vez comigo. É como se aquele compromisso com a disciplina se perdesse em coisas superficiais por alguns segundos, naquelas que ocupam momentos, que ocuparão o futuro e não o coração, pelo menos não plenamente.
Mais uma dança de palavras se esvaem na minha mente e se soltam dos olhos pra cá como a tempos não me solto num palco sendo o personagem em mim. Mais uma vez reclusa, mais uma vez presa, mais uma vez sem.. e mais nada.
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