quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Quando o cansaço me acomete, é de você que lembro. Foram tantas noites que, lado a lado mal podíamos dormir. E aí que sinto aquela contração das suas coxas entre as minhas pernas e parece que você, feita pra estar ali, se despede de mim, assim tranqüila, sem mais. Eu poderia perder o vôo em Brasília mais algumas vezes e esquecer de voltar e ficar com você e estruturar nossas expectativas.. Aliás, minhas expectativas.

Tenho frases suas gravadas - de uma delas já me apropriei antes: 'feita pra estar ali' - 'você me faz ter...', '...de outro mundo', mas a mais gravada de todas desses últimos dias é 'sem mãe, não é?' e eu fico repetindo o tempo inteiro na minha cabeça essa metáfora sensacional. Não é, no meu peito, não é. Tento abafar os planos, as expectativas que me ficaram mais claras e que viraram vontades imensas. Intensas, somos. Tento focar no 'eu sabia que não íamos viver muito'. Eu restringi seu coração tanto assim? Não tenho muito tempo pra ligá-lo na tomada de novo. Na verdade, eu tenho muito tempo pra ficar longe, pra abrir espaço pra você viver outras coisas. E se você está tão tranqüila, vai ser easy. To aqui procurando uma tomada e aí você cabeça, eu coração. And now, what?

Parar e viver, sem meios clichês, dia após dia como se fossem os últimos não das 'nossas' vidas, mas da 'nossa' pequena e incendiária.

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