segunda-feira, 2 de maio de 2011

Pleonasmo

Às vezes durmo como se você estivesse a noite inteira pesando no colchão logo ao meu lado. Quando acordo, você não está. Eu olho no relógio pra saber 'quantas horas faltam até a primeira aula do dia', mas na verdade conto quantas horas faltam pra essa sensação nefasta ir embora. Hoje foi uma manhã como essa. e dói bem fundo no meu peito tudo o que eu não consigo mais derramar. O pior é quando faltam horas demais até que o dia termine. 
Hoje resolvi parar, assim mesmo, como se tivesse um botão. Acompanhei o sol nascendo centímetro após centímetro, desejei que estivessemos na areia naquele momento, desejei meu sorriso (em você, eu digo, aquele..)  logo embaixo de mim entre nosso abraço de encostar o corpo inteiro, de pesar uma na outra como naquelas tardes em que você almoçava e logo ia se encolhendo na cama e acabava bem no meu pescoço até dormir. Posso sentir você respirando. A verdade é que eu sinto demais a sua falta a ponto de dar vontade de pegar o primeiro avião.

Depois que chego em casa, comparo o dia seguinte do "primeiro avião" com os últimos dias em que passei "com você" até antes de colocarmos um ponto nisso e lembro... você simplesmente não estava. Eu estava e você não, exatamente aí doeu o triplo do que já dói dessa distância. Logo fecho os sites de companhias aéreas, cancelo as reservas antigas, abro as janelas do quarto, desligo as luzes e saio pro supermercado como se a manhã já não tivesse sido longa o suficiente.

Nenhum comentário: