Jovens mortos em guerras estúpidas, preconceito contra homossexuais, crise geracional entre pais e filhos - o mundo parece não ter dado um passo sequer desde que o musical "Hair" estreou em 1967 no circuito alternativo dos Estados Unidos, onde, depois de conquistar a Broadway, logo foi alçado à condição de clássico por tratar daqueles assuntos sob um olhar inovador e original. Mas, se a realidade manteve intactos certos conflitos, "Hair" renovou o frescor da juventude em lutar por causas justas.
Assinada por uma dupla tarimbada (Claudio Botelho e Charles Möeller), a produção é esmerada - dos figurinos à atlética coreografia, da versão das letras à interpretação, "Hair" resgata um sentimento duradouro. "Ainda vivemos em guerra e os conflitos são muito parecidos e tão assustadores e sem sentido como o do Vietnã. Da mesma forma que ainda somos cheios de tabus e vivemos na intolerância.", justifica Charles Möeller.
O musical é ambientado em 1968 e acompanha os passos de John Berger, hippie que comanda uma tribo de moças e rapazes de Nova York. O grupo logo é reforçado por Claude, rapaz que vive um dilema: oprimido pelos pais, que o querem alistado no Exército para a Guerra do Vietnã, ele também é assediado pelos hippies, que o incentivam a se soltar das amarras sociais.
"O grito de Hair continua ecoando"
Um comentário:
E o mundo não mudou em nada mesmo. "Lágrimas em seus cabelos" porque a continuação da história ainda não é como deve ser. Mas eu não escrevi sobre essa parte, porque eu preciso e ainda estou esperando por um final.
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