sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Reliable

Black Butterflies. Life During Wartime. Pièce Montée. E cheguei aqui. O que adianta discutir sobre política, não é mesmo? É quase como contar piada tomando um cafezinho. Poderia dividir esse pedaço de bolo em duas partes e ficar jogando verdades fora aqui e ali (nada de política hoje), com você. O que importa a cor da parede do gabinete ser vermelha e caracteristicamente esquerdista? Eu estava mesmo querendo pintar uma parede da minha casa assim. Acho que serviu pra eu me habituar e pronto! Só tenho que esperar a psiquiatra, minha vizinha, consertar uma infiltração.

Se nesse apartheid entre perdoar e esquecer eu só pudesse escolher um, seria a segunda opção. Mas colhi as duas e pus uma em cada bolso daquela calça cinza que você gostou da última vez em que fomos ao cinema. E foi a melhor coisa que eu fiz. A vida é sobre galgar e acostumar-se. Quase um ciclo. E as palavras, bom.... Aí já é demais. Você não soube entender o meu silêncio tantas vezes, por que você entenderia atitudes ou palavras?.

Entrou uma borboleta lilás, era terça-madrugada. Feira. O carro estava lotado. Muito barulho em volta e de repente......... De repente só estava eu e uma borboleta, no vidro embaçado. De olhos grandes, piscando pra mim. Não contive um sorriso, ajeitei o short. E tivemos algumas horas de ... Nada.... E era tão simples, tem sido tão simples que não há palavra melhor, além daquelas muito honestas, uma atrás da outra, que me levaram a discutir sobre a vida corriqueiramente com muita serenidade. Sobre dores, obstáculos, família, comida, viagens. Pousada ali no meu indicador, apontando a direção. A direção de apertadas horas de segurança e honestidade. And i felt full again. É claro que eu deixaria 'tomar meu tempo' mais umas horinhas se eu não tivesse o combo tempo-espaço correndo contra. É certo e claro. Aquele momento não era o de discutir política ao aroma de café pequeno. Nem de falar de amor e você sabia disso. Eu mudo a locução quando eu quiser, é perceptível: Pousada no meu rosto, sabia desde o início que nada ali precisava se fazer mais interessante do que já estava. Por isso abri a janela, você voou com suas asinhas tão diminuídas em virtude do espaço físico que se alongava. Te vi entrar segura, longe desta chuva que está batendo aqui. Eu trouxe algo bem guardado... E confesso baixo.... Fez muito bem.

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