Como vocês bem sabem, janeiro é o mês em que as peças explodem no cenário cultural carioca, ontem fui assistir a Deus da Carnificina no Teatro Leblon e PUTS..... Eu sou fãzassa das críticas sucintas e acho que não há nenhuma outra que se adeque melhor a essa produção que não seja: covardia.
Eu poderia falar dos elementos de cena muito bem arranjados, da movimentação organizada, iluminação básica, da mesa de lego MARAVILHOSA como cenário e das cores miscigenadas com bom gosto me valendo do tipo das críticas, tabloides, jornais e etc............. Na minha humilde opinião, de mera espectadora, foi uma covardia muito grande colocar um elenco sensacional que compreende Paulo Betti, Julia Lemmertz, Deborah Evelyn e Orã Figueiredo pra levar a cabo o texto massante da trama. Eu não sou tão fã de comédia, por exemplo, mas eu gosto da peculiaridade da comédia parisiense e até francesa em geral, acho que tem seu charme, tem valor social, mas meu amigo..... Eloisa Ribeiro, você não tem minha simpatia como tradutora.
Eu não vou negar que o texto cresce sim durante as duas horas de peça e que dei algumas gargalhadas no passar das linhas (quando o Paulo Betti - por exemplo - SPOILER, NAO LEIA: quer transformar a mãe de um dos seus desafetos em testemunha), mas se tem uma coisa que aprendi a notar com o tempo no teatro brasileiro é que o elenco não faz a peça (no máximo, dá uma ajuda). A original da Yasmina Reza, agradou ao Polanski. Me sinto até imbecil às vezes em dizer que achei o texto cansativo. No geral as comédias francesas de classe média tem uma característica meio cronista mesmo, meio trivial sometimes, ou seja, você tem que ir sabendo o que esperar. Talvez por isso elas sejam boas comédias francesas e não boas comédias brasileiras. Se é que vocês me entendem. Bom, de qualquer forma, o Polanski deve lançar em 2012 a versão pro cinema dessa grande chatisse que eu vi ontem, com a Kate Winslet e a Jodie Foster.
Eu gosto do Polanski, apesar de pedófilo (e o que eu ia falar não tem nada a ver nem com a atração dele por crianças e nem com a minha admiração), mas não é o tipo do diretor que, por simpatia, eu consigo ser conivente. Como é o Almodóvar pra mim, por exemplo..... Mentira, achei "Má Educação" um filme TRISTE, não consigo ser conivente com nenhum, eu acho.... Em todo caso, o que eu tinha a dizer é que ele tem minha simpatia em épocas como sei lá... 73, 2002 e 2010, por exemplo, mas convenhamos ele é um cara que "flerta com o destrambelhamento total"(CK) como diriam as más línguas. O que esperar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário