terça-feira, 6 de março de 2012

Engolidos pelo sistema

Pega uma xícara de mocha aí porque hoje eu vou reclamar, falar de política, atacar de revoltada, etc. A pauta é "refugiados". Toda essa rebeldia começou com a OFL do conselho de segurança da ONU que eu comecei a fazer semana passada e escrever essa semana. Nós, no século XXI, temos pessoas afugentadas - e por que não dizer expulsas - dos seus países de origem e proibidas de entrar em outros. Essa é a minha descrição de refugiados e, sejamos francos, não é isso que o nome propriamente dito, em seu sentido literal, sugere.

Aos olhos do "mundo" não é o que eles são. Me diz você quantos são os olhos xenófobos enquanto Estado? Eu digo.... Todos são. Aos olhos do mundo eles estão ou na condição de fugitivos ou na condição de expulsos porque deram causa a isso. Será que realmente deram? The thing is, que poder é esse que a sociedade tem de decidir coligar a condição de precariedade a espécie humana? É isso mesmo que tem acontecido corriqueiramente. Cada caso é muito peculiar, no entanto nunca me pareceu plausível imputar uma condição de extraterritorialidade forçada por motivo de guerra ou por motivo religioso, nem por motivo cultural, nem por qualquer que seja o motivo. Ainda mais porque muitas vezes se fala em coagir e punir uma geração diferente da geração conflitante. E mesmo que um grupo se utilize disso pra punir uma nação conflitante, inevitavelmente vai estar punindo uma geração imediatamente posterior. Cidadania e moradia deixaram de ser direitos quando? Não me contaram.

Segundo Bauman, em Amor Líquido, um livro que terminei esses tempos, a ACNUR levantava (na época em que foi escrito) entre 13 e 18 milhões de pessoas que foram simples e puramente "vítimas de deslocamento forçado" (no linguajar eufêmico da coisa). São pessoas que cruzam as SUAS PRÓPRIAS fronteiras pra ter alguma chance de sobreviver ou, que sobrevivem alheios das condições de cidadania dentro dos seus próprios países. Não precisa ir pro oriente médio pra ver isso acontecer claramente. Basta olhar pra América do Sul. Basta olhar pra Colômbia, por exemplo. Parece poético, romântico ou "chame como quiser" quando vemos isso como tema de filmes, não é? Não, não parece. Tem só me parecido muito real.

É o que eu chamo de ser engolido pelo sistema.

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