quarta-feira, 7 de março de 2012

Vou começar logo dizendo que não tenho conhecimento de causa e que a pauta do dia é CASAMENTO. Conversei com o Nelson hoje, às sete da manhã, numa breve pausa do tema "modalização da narrativa jurídica", a respeito dos efeitos jurídicos e judiciários do casamento e, pra completar, peguei no trabalho uma inicial de anulação de casamento em virtude de indução a erro - que nem é da minha competência na DPGE - mas ensejou a discussão. Ou seja, o dia foi todo trabalhado no "até que a morte nos separe" (ou no 'até que o juiz homologue nosso divórcio').

Convivência tanto fortalece uma relação quanto aponta as características de um e de outro que vão te provar que casar não é um mar de rosas. O problema é, em virtude disso, entender o casamento como uma instituição falida. Imagino que a grande dificuldade das pessoas seja delimitar seus objetivos com vistas a temporalidade. Em outras palavras, ter foco não só no dia do 'sim'.

Talvez seja meio ridículo da minha parte escrever isso aos vinte. É bem verdade. Mas não dava pra escrever na writelist e esperar pra postar daqui a dez anos, sorry. Algumas separações litigiosas versam sempre sobre o mesmo motivo, que se traduz em 26 letrinhas: falta de objetivo convergente e que se sintetizam em 6: chifre. Estar casando ou estar casado não pressupõe que as partes querem ter a mesma liberdade dos seus vinte anos. A casa dos vinte está - sim - muito ligada a liberdade no sentido lato e estrito da coisa. Você quer transpor os limites profissionais, subir degraus, levantar o nariz e dizer "não devo nada a ninguém", "deixei de ser dependente", "alcancei metas", etc. Essa liberdade vanguardista, rebelde, fluida e pedante que chega até a parecer "libertação", às vezes, é uma coisa evidentemente positiva. Mas positiva, AOS VINTE.

Os trinta pressupõem uma fase humanamente construtiva e não àquela de quebrar todas as correntes e sair arrastando como um troféu. Nela o ser humano busca apoio em relações não corriqueiras. E esse sim é o momento de construir pra usufruir depois. Sempre que me perguntam, digo muito claramente: Eu nunca sonhei em casar e não traço frequentemente metas de adequar esse momento a uma certa idade. Esse ritual do vestido branco e do "na saúde e na doença" não me amedronta e nem me fascina. Diferente das relações humanas que me causam uma ebulição etérea entre as duas opções.

2 comentários:

Pedro Navarro Paoliello disse...

Continue....está indo otimamente bem...

Helena Chermont disse...

Valeu, Pedro! Foste pra aula do Cavalieri? Queria ter mandado uma sms pra assinar meu nome, mas esqueci!