segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Antes possuísse a mesma importância hoje, que terá amanhã.

Antes possuísse a mesma importância hoje, que terá amanhã.
Wall E é o nono longa-metragem da Pixar dirigido por Andrew Stanton e o primeiro que explode a questão ambiental vizualizando o futuro.
Protagonizando, Wall E (Elevador de Detritos-Classe Terra), faz o trabalho que desestruturou outros como ele há 700 anos, seu trabalho de limpeza tornaria o planeta sustentável novamente à vida. Uma simples peça expositiva da fotossíntese seria o suficiente para trazer de volta a colonização humana à terra que permaneceu centenas de anos em uma nave, Axiom, pairando no espaço.
Esta é uma produção do cinema americano digna de ser vista, como poucos longas cristalizados pelo tempo. A visão de Stanton pôde nos fazer sentir a fraqueza óssea e o excesso de adiposidade em que o modo de produção global nos insere, o mundo dos excessos. Se descobríssemos uma planta ou mesmo Spot, a barata e estivessemos a quilômetros daqui, seria banal?
Infinitas entrelinhas estão marcadas nas emoções que Adam preferiu e conseguiu muito bem aglomerar em apenas dois olhos, diga-se de passagem, cativantes.
É como se cada um flutuasse em sua Axiom particular hoje, não precisa ser expressionismo alemão ou o clássico dos clássicos pra mostrar, se for digno pode ser voltado mesmo ao público infantil, porque infantis mesmo são aqueles que governam o mundo.
"E se a humanidade fosse embora e esquecesse de desligar o último robô?"
Ah! Para nós, verde e amarelos, deixamos uma marquinha na trilha sonora, logo no trailer com Aquarela do Brasil de ninguém menos que Ary Barroso, maravilha.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que tristeza.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor. Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.

sábado, 29 de novembro de 2008

TOCA RAUL!

Alguém aí sabe como é que se mede um burro?
Médici da cabeça ao rabo.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Se não te tivesse num arrasta pé, dançando
Passaria pelos ladrilhos, esperando
Seguiria fraca a labuta, sonhando
Asa Norte e Asa Sul, azul, sambando,
Chega amor, pra eu te ver passar,
Pra te ver sonhar,
Te ver me esperar,
Chega bonita, pra dor não tardar,
Saudade levar, chega,
Pra me clarear.
Chega sorrindo, me apaixonar,
Zunir meu ouvido algo de amar,
Me trazer a paz dormindo, pra me acordar,
Chega amor, pro início do fim da noitada, assim de graça,
Enfim, afim..
Num verso pequeno, sereno assim, veneno em mim veio o sol levar,
Na linha do mar ver o dia terminar,
Pra nesse calor, nossa noite, começar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Canso, cansas.




Se pudesse definir o cansaço ele não seria ausência de força. Seria aquela sensação "pós pico-cerebral" que todo mundo apresenta pelo menos uma vez ao dia. Ah! O cansaço chega sem aviso prévio, cuidado! As vezes de mãos dadas com o estresse, namorando a preguiça, nunca se sabe. O cansaço às vezes te leva pra cama, no bom sentido da coisa, ou no mau porque o mau é o bom na cabeça das pessoas. Às vezes te leva pras brigas, pro grito, pro desespero, desacato e vem como uma justificativa ridícula. Não há como evitá-lo, mas há como refugiar-se. Uns se rendem, deixam ele levar pra onde quiser, sei lá se todo mundo se rende e a desistência é o que a gente chama de refúgio, quem sabe. A minha rendição ou refúgio é parar aqui, quase sempre. Cansar pode parecer perda de tempo pela necessidade do próprio tempo de descançar. Ah Cansar é bom, perder tempo? Melhor ainda!

sábado, 6 de setembro de 2008

"Se eu tivesse se eu tivesse muitos vícios, o meu nome o meu nome era Vinícius, se esses vícios fossem muito imorais eu seria o Vinícius de Moraes"

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Colo rir


Me explique a diferença entre as cores do homem, entre suas formas de amar, entre as raças inclusas nos conceitos de diferenciação. Explique a condenação de um relacionamento homossexual se nele houver respeito e amor verdadeiro, explique o que tem no negro que não tem no branco e o que tem no branco que não tem no negro. Defina beleza, fácil? Agora defina felicidade, deveria ser mais fácil ainda se o homem fosse tão racional na prática quanto - supostamente - é na teoria. O mundo precisa de cor, compartilhar da mesma dor da exclusão racial, sexual, social, do mesmo preconceito, amar as diferenças tanto quanto se identifica com as semelhanças entre si. Abra a cabeça pra que possamos colorir, respeitar, experimentar. O homem nasceu para a liberdade e é a única espécie que pode criar uma geração de amor real.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

versão certos versos sérios versinhos


Eu quis te amar, amor, mais do que pude,
mais que a dor e a cor de cada instante
mas que o fácil venha, e que virtude
além da luta e força em mim restante.

terça-feira, 1 de julho de 2008

alô alô Brasil, alô alô América Latina, alô alô Mundo, o assunto é cinema.

Não é que algumas pessoas tenham sido criadas com a intenção de romper com as irregularidades políticas ou ideológicas vigentes, na realidade algumas pessoas notam que alguém tem que fazer o mínimo que se faz necessário pra melhorar, nem que seja um pouquinho, aquilo que não concorda com o mundo. Na passagem dos anos 50 para 60 uma séria de jovens propôs um cinema novo, um cinema que fosse pras ruas e que estivesse perto da sociedade brasileira renovando as formas de linguagem e estética cultural do país. Os jovens saudados pelo jornalista Glauber Rocha se encontram na Bahia e compartilham de sensibilidades semelhantes perante a experiência artística, surge então um novo legado de cineastas e longas-metragens, mas é em 1964 no festival de Cannes que o Cinema Novo toma novas proporções marcando o cinema brasileiro com Deus e o Diabo na Terra do Sol. A ditadura, como sempre, fazia com que os assuntos efervecentes fossem amenizados e discutidos com cautela por quem vivia do gritar de uma sociedade em processo de mudança. Aprendi que o cinema é uma indústria, mesmo indo contra ela.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Norte não é com M

De acordo com pesquisas realizadas em nove Estados brasileiros Ana Júlia Carepa é apontada ao lado de Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul, como a pior governadora do país. É.. contagem regressiva à estadia do PT operando a então nesga política. A opinião pública condena o desempenho de Ana Júlia em quase um ano e meio como governadora, isso porque o povo costuma ser o que eu chamo de benevolente com os governantes na primeira terça parte do mandato. A tendência é que a imagem das duas vá se deteriorando sistematicamente durante o exercício do poder.
'A voragem tributária é compulsiva'. O governo da Ana Júlia periga ser vítima da sua própria teoria que ao meu ver não passa de propaganda na hora certa e discurso conveniente a quem se faz ouvir, ninguém aguentava mais o discurso do PSDB que caiu na rotina de doze anos seguidos, vamos então cair na enrolação pra variar! Normal.. Depois de um ano e meio a paciência pública começa a se dissolver assim como o governo petista, maravilha de política cuspida.

sábado, 28 de junho de 2008

eu aborto, tu abortas, somos todas clandestinas.

Pela legalização do aborto com restrições de idade da criança e condições sociais de vida, como alternativa à diminuição da violência nas cidades informais e com prévia pesquisa de renda familiar. Pela legalização do aborto principalmente pela abolição da prática clandestina e das más execuções desta. O que a população tem que tirar da cabeça é que a legalização do aborto não vai fazer do seu uso rotina, por favor, abortar não é tão prazeroso quanto comprar um saco de bombom na rua e não é porque não é legalizado oficialmente em todos os casos que as mulheres deixam de abortar, querendo ou não é uma escolha que se faz direito surtindo um efeito de plena responsabilidade subjetiva.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Leitor de Edward Gibbon,

Inaceitável que se obscurem palavras referentes a personalidade presente, que se deixe de falar do modo que viveu e das coisas pelas quais se interessou. O que penso a respeito de Winston Churchill é o que todos vêem, um homem que se esculpiu estadista britânico, jornalista, escritor, orador, historiador e ouso dizer que seria um estrategista invejável. Ele enxergava além do que lhe era exposto e quando o decifro noto que a falta desse tipo de politicagem é capaz de afetar qualquer país. Hoje em dia o indivíduo se limita perante os conhecimentos e se aprofunda numa determinada área, no fim das contas pra ser digno é necessário saber um pouco de tudo. Faltam pessoas mais interessantes na realidade. Churchill se dedicou a política contribuindo com sacadas espetaculares, tanto bélicas quanto econômicas. No período entre guerras imprimiu uma crítica severa ao nazismo prevendo um ataque alemão à Inglaterra, dito e feito Winston Churchill para primeiro ministro após a invasão de Hittler à Polônia e consequente guerra declarada à Inglaterra, haja vista o acordo de proteção mútua. Os Estados Unidos na Segunda Guerra como tentativa de frenagem a Hittler foi idéia de quem? E mesmo com essas suposições e confirmações brilhantes teve uma das eleições marcadas pela derrota, por esse motivo existem países que crescem e outros que curtem uma crescente estagnação, revoltante. O que falta pra que um político qualquer hoje em dia decida se interessar pelo recebimento do prêmio Nobel de Literatura como o que W. Churchill ganhou pelas Memórias de Guerra? O que falta para que se esbocem palavras de paz em discursos fumegantes aclamados pelos cidadãos? O que falta para que um indivíduo se torne o cidadão propriamente dito? Espero que Churchill tenha aproveitado os seus cem anos de pintura no céu, como ele mesmo disse e espero que ainda haja alguma juventude interessante por aí.

me limpa pra eu respirar

Sentir o chão, sentir o ar, cair no vão, lembrar. Dançar suspira pra eu respirar. Findar então a sensação da dor do caos de lagrimar, saudar, salvar, esperar. Dançar me vira pra eu respirar. Ouvir o som, movimentar, crescer, saber, tocar. Dançar mentira pra eu respirar. Levar o dom, cambalear, ruir, fugir, levantar. Que dançar me fira pra eu respirar. Mudar o tom, tripudear, errar, consertar. Dançar levita pra eu respirar. Interiorizar, exteriorizar, dormir, debruçar. Dançar me limpa pra eu respirar. Abrir o céu, a luz, ladrilhar. Dançar o ínfimo pra eu respirar. Codificar, impactar, calar, inspirar. Dançar a dor pra eu respirar. Fortalecer, balançar, equilibrar. Dançar a cor pra eu respirar. Emudecer, expandir, gritar, acabar, beber, começar, comer, sorrir, fincar, doer, faltar. Dançar o amor pra eu respirar.

Fagia: a mídia veicula,




coma, beba, use, vista, fume, fale, ouça, viva, ouse, ponha, calce, esqueça, leve, traga, lembre, cresça, dance, sinta, diga, tome, aqui se vê, aqui se come. O que se come, como come. O homem incorpora o que lhe é exposto, aceita, conforma-se. Tudo que é oferecido de bandeja deve ser comido, de bandeja nas telas, na rua. O homem engole crú o que a mídia veicula. Salve o primeiro mundo, o capitalismo exacerbado e a emergência econômica.

domingo, 4 de maio de 2008

par




quando longe sinto significado de amor par, amor à dois. Sinto um corpo só, o meu, um pensamento só, você, um vão só, saudade. Tento prender entre os dedos tuas palavras, tento esquecer, enquanto dormes, as tuas ultimas palavras e tento dizer..mais nada.

estra bismo, n ão afo rismo



"Paranóia ou mistificação? Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas normalmente e em consequência disso fazem uma arte pura, guardando os eternos ritmos da vida , e adotando para a concretização das emoções estéticas os processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza e interpretam-na na luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se dêem como novos precursores duma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranóia e com a mistificação. De há muito já que estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios. A única diferença reside em que nos manicômios esta arte é sincera, produto ilógico de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa e absorvidas por americanos malucos, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica sendo mistificação pura."
(Monteiro Lobato).
Eu nunca quis discordar tanto de Monteiro Lobato quanto agora. A arte passou a ter mais sentido aos 'americanos malucos' porque expôs aquilo que viam, o 'estrabismo' citado permitiu uma expansão contínua dos estilos que trouxe justamente o modernismo no seu real sentido. Fosse na literatura, música ou nas artes plásticas, uma hora ou outra a arte se adequaria ao mundo (como fez) e colocaria na mesa as críticas sociais e as distorções criadas pelo homem. Anita Malfatti, nasceu em São Paulo, filha de pai italiano e engenheiro, mãe norte-americana e pintora, mais ou menos em 1910 (não tenho muita certeza do ano) foi pra Berlim estudar na Academia Real e voltou ao Brasil, quando realizou sua primeira exposição, após este tempo foi para Nova York, mediante o contato com outras culturas, Anita herda influências expressionistas e cubistas (são essas as principais características da sua obra), o que a diferencia dos demais artistas brasileiros da época, induzindo a crítica de Lobato. O Brasil não estava acostumado com um ataque exposto da elite para a elite, mostrando que agora tinham coisas mais importantes a serem discutidas do que a fiel descrição de um vaso ou ainda a constante busca pela evazão no tempo, ainda tinham muitas ofensas e cabeças à rolar como na Semana de 1922, 'semana de três noites' que marcou a literatura brasileira moderna.

sábado, 3 de maio de 2008

ímp ar,

foi só olhar de novo dentro dos teus olhos naquele início de tarde quente, te ver sorrir e tentar não transparecer sentimento. É assim, assim que a gente entende que certas formas de amar não são pra serem guardadas ou escondidas, é assim que vemos que saudade serve não só pra sentir noites vazias e silenciosas, mas para trazer pra perto o motivo dela própria, pra que ela possa ir, não por inteiro, mas que possa expulsar sua parte cortante, pra que aquele amor latente em nós possa também expulsar-se em alguém e ali permanecer pra sempre mesmo que passe o tempo, o vento, os sons, os dias, as tardes, a chuva, a noite, mesmo que passem as pessoas, que passem rios, mesmo que tudo passe. Pro amor não tem remédio nem hora marcada, não tem dois corpos, dois copos, duas vidas, duas vias, não tem lugar, ar, não tem quase amar, nem quase querer, nem tem não saber. Foi só te ver de longe pra me deixar sem graça e a tarde toda sem pensar em outra coisa que não fosse aquele beijo de dois anos atrás, ou naquela saudade que de jeito algum me largava. Pensei nas músicas, pensei no teu cabelo, na tua voz, no teu cheiro, pensei no esquecimento, no quase esquecimento, e lembrei: 'amor não tem quase'. Quis mudar as coisas de lugar, quis trocar a rotina, quis parar, só num instante que fosse nosso. Quis e vou, vou parar o próximo instante que te tocar, pra que o mundo não exista também do lado de fora de mim, pra que me perca nesse ciclone e sinta tudo continuar girando e pra que dentro de mim tudo continue sorrindo. Pra que seja então sacramentado ímpar e teu o meu amor.

domingo, 20 de janeiro de 2008

queima canaviais


Segundo Gilberto Gil, Chico Buarque teve poder constituinte em sua geração, o poder de constituir a marca de seu próprio tempo, poder esse que, em minha opinião, está presente na geração de Gil, na nossa própria geração e que ainda estará presente na geração de meus filhos e netos, porque eles sim, vão ouvir Chico Buarque e entender de forma diferente à que entendo e diferente à que meus pais entendiam. E Gil ainda disse que uma geração é um ciclo biológico e se cumpre o desígnio de constituir-se como marca de uma época, é também um ciclo histórico . Tal poder para cumprir tal desígnio alguns têm, assim como Chico e ao longo dos seus sessenta anos e quarenta, pelo menos, de vida publicada Chico tem 'exercitado' o poder constituinte através das formas a um só tempo eternas e renováveis de produção artística. Em tudo se faz presente segundo Gilberto, da exaltação da música e da poesia à emoção do combate cívico, da embriaguez pelo elixir da paixão ao sorver sóbrio da inteligência e da sensibilidade. Chico Buarque tem levado, por Gil, a fazer-se fonte e a tornar-se ponte, a seguir-se caminho por onde trilham gerações como a dele e para mim como a nossa. Não que vá se perdendo a cultura mas entre chances de conhecer a vida e obra do artista é de se admirar que sempre se parece conhecer pouco ou nada sobre o mesmo, que não se afirma 'carioca da gema', que frequenta o mesmo café de Paris à tempos, que literariamente quase perfeito se fez o Estorvo, ainda acho que Chico Buarque leva ao palco significativamente seu poder esquerdista de político e poeta, e ainda faz presente sua poesia amiga e oposta a de Caetano, com quem afirma parcerias belas e de outras ruas, uma vez respondido que admira a forma tomada pelo amigo, por mais que diferente da sua, que pra mim canta mais política, mais história e diferentes amores e é assim, à flor da pele, à estação derradeira, ao amante.
Chico ainda assim consegue se constituir no samba, no Rio, na Europa, na ditadura, no partido trabalhista por Maria Amélia Cesário Alvim, que 'não tinha a menor vaidade e que era mulher de verdade' e mãe de verdade de um artista de música, literatura, teatro, cinema e ainda política. É mesmo difícil aglomerar tudo de Chico, sempre parece faltar, faltar um pouco de A Banda que revolucionou e vendeu absurdamente de João e Maria, de Futuros Amantes, de Renata Maria, de Ode aos Ratos, e ainda de Luiz Cláudio Ramos (maestro e violão fiel), de Jorge Helder ( safíssimo nos sopros), de Bia Paes Leme (agilidade no piano) e sem falar em compositores tão especiais como Edu Lobo que se ouve na declaração, oh bela, de um sonhador titã, ou quem sabe que entristeceu a História de Lily Braun com nunca mais drinque no dancing, nunca mais cheese tão presentes em Carioca, tão presente quanto Sivuca e a 'lei que obriga a ser feliz' de João e Maria. Falar de Chico Buarque é lembrar de quarenta anos de história ou mais. Lembrar da primeira aparição pública por roubo de carros que preocupou Sérgio Buarque de Hollanda, lembrar 'Sem Compromisso' das quarentonas sambando, cantando, 'perdendo a saia e desfilando, natural', e ainda lembrar de que ele fica feliz por levantar jovens que o vêem como exemplo. Lembrar da revolta à parte da publicidade como em: "Pelo amor de Deus, tenho sessenta anos e fiquei entre os dez homens mais sexys do Brasil, onde já se viu". e ainda em seu jeito sedutor de trinta anos atrás cantando Mulheres de Atenas escrita durante o movimento feminista europeu e ele firmando que a música é um deboche: é justamente 'não, não se mirem no exemplo daquelas Mulheres de Atenas'. 'Quem te viu, quem te vê' que faz o samba sair e ainda faz Samba e Amor até mais tarde, todos sabemos, ou parte de nós que apesar de não gostar agora Chico é herói, bedel e juiz do Rio de Janeiro, e ainda da Música Popular Brasileira, do Brasil e 'é fatal que o faz de conta termine assim'.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

du ranteoca fé


Abrace seu futuro e tudo que ainda há pra viver, abrace seu presente e as peças que completam seu quebra cabeça, abrace seus sonhos e nunca deixe que se note em meio ao vão sem caminho a seguir, percorra qualquer estrada, por mais difícil que seja pra alcançar as coisas que você quer, pois quando a tiver nas mãos irá notar que arranhões e machucados só fizeram com que você construísse mais na própria vida e jamais, eu disse, jamais sinta-se derrotado ou intimidado, pois derrota resume fraqueza e fraqueza não faz parte de seres humanos de verdade e timidez também resume fraqueza e pior, falta de audácia. Talvez você mude os planos no meio do caminho, talvez mude o objetivo, mas não mude, não, não mude o passo após o outro, ande, mesmo que não tenha destino, que ao acaso geralmente, um aparece. Não pense no tempo como um inimigo que não volta pra consertar seus erros, porque consertos são solidificados em segundos seguintes ao erro, ou seja, não no momento em que errou.. se não não seria conserto. Palavras tem muito mais conexão e poder quando falam pelos próprios sentimentos. Se vier a crescer, e virá, notará que crescer tem muito mais haver com maturidade e principalmente novas experiências e o que aprende com elas do que com a capacidade de se dizer o mais velho membro da família. Uma coisa a se aprender na vida é não ter medo de se apaixonar, as paixões e amores mais desconexos podem guardar parte ou total estabilidade dos seus dias, e os riscos.. bem, os riscos estão por todos os lados de qualquer forma. Procurar agir como todos agem torna o mundo igual, e garanto que como já está.. só precisamos de mudança, e mudar a mente é mudar o coração e aceitar que parte da nossa vida um dia, queiramos ou não, vai ser levada por alguém que na maioria das vezes não é alguém escolhido e mais ainda, é cheio de defeitos. Doar parte da própria vida é praticamente sinônimo de cem por cento confiança, mas aí é que está o desafio, se você doa para o noventa por cento pode se surpreender muito mais. Utilizações práticas de qualquer vida não terminam em um ponto, não terminam em uma trilha, não têm última página, nem terminam em último ato ou palavra. Ultimamente só tenho lembrado de sorrir e tudo, incrivelmente, tem ficado bem.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

des save z

É bom olhar pra trás e admirar a vida que soubemos fazer, é bom olhar pra frente, é bom nunca é igual. Olhar, beijar e ouvir, cantar um novo dia nascendo, é bom e é tão diferente, eu não vou chorar, você não vai chorar, você pode entender que eu não vou mais te ver, por enquanto, sorria e saiba o que eu sei eu te amo. É bom se apaixonar, ficar feliz, te ver feliz me faz bem, foi bom se apaixonar, foi e é bom o que será? Por pensar demais eu preferi não pensar demais dessa vez..Foi tão bom e porque será, eu não vou chorar, você não vai chorar, ninguém precisa chorar mas eu só posso te dizer, por enquanto, que nessa linda estória os diabos são anjos. (Dessa Vez)