domingo, 27 de março de 2011

FRIO. Quatro letras que se traduzem em sem-você.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Réplica

Janaína,
Daqui a pouco são quatro dos dez meses e vou te confessar: eu nunca imaginei sentir tanta saudade. Nem quis que fosse 'abandono' a palavra. Já me importei tanto, sofri tanto por todas as vezes que pensei em abandono enquanto tu eras a exata medida da mulher que eu queria que fosses. Já sofri outro tanto enquanto vi, soube e te senti sendo a exata medida do que me machucava. Qual ficou? Voei amando e buscando acreditar o suficiente pra te por no colo todos os dias a noite. Pra te fazer massagem antes de dormir. Eu nunca mais fui o mesmo, Nana, eu nunca mais fui. Finquei os dois pés nisso e te confesso, me dói porque ainda sinto e penso cada pecinha de confiança que tu deslocaste. E sou teu ainda assim.

Fiquei pensando ontem no que eu ia fazer com aquele fim de tarde, tu não estavas e de repende pensei: ora se não estou caminhando pros fins de tarde ininterruptos e que... em todos eles tu não estarias. Pensei em voltar pra cidade, porque eu não estava morto, foste tu quem me mataste por um segundo, mulher. E aí eu ia te surpreender. Pensei na mulher que tu não foste quando tivemos nosso tempo. Depois pensei na mulher esplêndida que tu foste quando não tinhamos tempo mais. Estivemos ali um para o outro, meu anjo, da maneira que pudemos. E nem com tantas lagriminhas eu quis realmente te matar dentro de mim. Eu pensei, mas não quis. E das vezes que eu quase fiz... que bom que fechaste com a tua mão, a minha boca. Quis estar ali pra ver até onde tu serias capaz de chegar e porque estar contigo era o que valia. Chegaste completa, muitas vezes. Chegaste deserta, outras mais. Eu decidi que te amava e que o lugar desse amor era só teu. Decidi que merecias esse lugar e que precisavas dele pra ser a mulher que tu és de verdade. Que é honesta. E que é minha.

Me diz o que fazer com essa liberdade, pois não a quero enquanto ela for tua guarda,

Fábio.