quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Vende-se Personalidade Virtual

Nota aos leitores: Gostaria de alegar meu desejo de assiduidade, mas pra ser sincera não to conseguindo ser assídua a nada nesses últimos tempos. Eu bem que entro aqui todos os dias, mas só escrevo quando as palavras saem - assim como agora: uma a uma.
Um vulcão de ideias, confesso, mas pouca facilidade ultimamente, pouca clareza. Sabe, eu nunca seria escritora com datas fixas de lançamento, meu compromisso é com a inspiração.

Depois dessa mínima nota ou justificativa - como queiram - me ocorreu o tema proposto no título, quase que auto-explicativo e bastante recorrente. Digam se vocês nunca pensaram 'x' de uma pessoa na internet e depois descobriram que ela é 'y', 'z', 'w', o alfabeto inteiro... exceto... 'x'!
É eu tenho dessas observações para com as pessoas e, confessem, é impossível não ter! Já li coisas fenomenais de pessoas vazias e já li coisas completamente vazias de pessoas fenomenais.

Essa febre por revolucionarismo iconográfico é outra coisa que, por exemplo, não passa do discurso. Já vi um quadrilhão de fotos em tributo e veneração de artistas cults de quem a pessoa ouve no máximo o gratest hit ou nem se quer ouviu falar. E pior, já cansei de ver e rever utilização e livre apropriação de fotos de outrem por mera necessidade de exposição daquele padrão de beleza, de estilo, de estética como se autenticamente seu fosse.

A Personalidade Virtual tem se mostrado um tanto quanto comercial e, diga-se de passagem, está a preço de banana no mercado. Eu mesma estou vendendo a minha. Sim, aqui e agora. Espero que análoga à personalidade de fato, sempre. Digo, creia essencialmente. Tomar como parâmetro artigos, blogs, twitter, orkut e afins é uma bela de uma furada.


Escrever no Século XXI está muito fácil. A começar pelo Blogger e a terminar pelo Google. Aproveite o meio técnico-científico-informacional. Le Chanois e Rodin estão a um clique de você.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Íntimo

     Ardo nessa sensação de agora: de frio entre os dedos dos pés - frio por saudade -, de palavras elétricas pousando sorrateiras (sem ruídos fazer). Devaneios suspendem-me, corrompem-me. Noite adentro lavam-me os conceitos. Liberdade poética, hermética, liberdade, amor. Até que por trás de letras protejo-me no casulo daqui. Aquele que deixaste pra que eu dormisse em paz, para que no clarão dos sóis do amanhã eu arda de novo borboleta, como fogo, e para que sejas motivo das covinhas, logo de manhã, e de todos meus pés-de-galinha no fim da tarde.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Conhecimento Emancipação x União Homoafetiva

Texto jurídico carrão-de-sena. Espero que seja o primeiro de vários. Este é para os que me julgavam desapaixonada, descrente, desinteressada pelo ramo (com todo esse exagero, é claro. Não seria eu se esse draminha não existisse).

Do conhecimento emancipação só quero alguns pontos. O primeiro é essa soberania solidária que leva à democracia como deve ser. Participativa e não estática-conformista.
Com esse modelo eficiente de democracia, pelo menos na teoria do C.E., é possível realçar a conservação dos trunfos políticos comuns.. e me interessam dois: direito a liberdade de expressão e a livre decisão de ir e vir, assim como o direito a igualdade plena, valendo-se a proteção desta perante a sociedade e de sua defesa mediante o ordenamento jurídico.

Erga Omnes, é aqui onde quero chegar. Efeitos jurídicos da democracia para todos (sim, eu disse todos: brancos, negros, pardos, índios, amarelos, orientais, homens, mulheres, idosos, homossexuais, heterossexuais, transexuais, bissexuais, criminosos, condenados, absolvidos, vitimados, réus, autores, crianças, políticos, domésticas, empregadores, locatários, servidores, operários, ... , para todos).

A questão que pretendo abordar - pelo menos até então era essa a proposta - é a da união homoafetiva. A partir dessa introduçãozinha e dos tão recorrentes discursos sobre o sistema, sobre a evolução paradigmática do Conhecimento Regulação para o Conhecimento Emancipação, me ocorreu a questão homoafetiva - também muito suscitada, diga-se se passagem - como passível de garantia de direitos.

Existem mil e um exemplos de jurisprudências que "cambam", de justa forma e plena razão, para a equiparação e defesa de direitos dos casais do mesmo sexo não amparados (decorridos todos esses vinte e um séculos) pela fonte formal do direito, a lei.
Falando em temporalidade, ouvi um dia desses na calçada em frente à universidade uma citação nem tão célebre assim que, mais ou menos, dizia: "gay, pra mim, é uma classe social nova". Não sei se discorro mais sobre o nova, ou sobre o mau emprego de classe social. Bom, como o foco é temporalidade, ouso discordar ser novo algo que advém da Idade Antiga, de civilizações tão tradicionais quanto a romana, egípcia, grega e assíria. Na Grega, principalmente.

Com as ascensões religiosas, os homossexuais foram resignados a um caráter pervertido, anômalo. Mas após tantos anos de ostracismos, encobrimentos, traumas, 'arrancações-de-cabelo' (e sim, acho que essa é a expressão), os integrantes desta 'classe tão distinta' usam da democracia participativa e da cidadania deliberativa - e vice-versa - para lutar e garantir alguns direitos. Aí entra a teoria Emancipatória, a sociedade democrática e por conseguinte o Ordenamento Jurídico.

Quantos séculos mais serão necessários para assugurar igualdade e liberdade àqueles que delas precisam assim como qualquer outro cidadão? Vinte e um séculos não foram suficientes para sedimentar na jurisdição uma igualdade que, de fato, fosse refletida na sociedade?