segunda-feira, 25 de maio de 2009

avassala dor

Num primeiro momento sinto alívio, seja físico, seja mental e até um sentimento de ser livre na rotina que eu mesma, agora, posso criar. Num segundo momento procuro preencher aquele vazio do horário, num terceiro procuro preencher o do coração. Nada preenche. Nos próximos momentos é como se algo fosse adentrando e ferindo o corpo cada vez que perco a força dos pés que me fazem crescer, pairar, subir, girar. Cada vez que sinto perder o sentimento de estar em cena, de ser completa, de estar, de fato, num mundo meu. Perco a mágica por entre as mãos que não mais relembram a energia de antes, que não mais repetem movimentos... isentam-se do peso do corpo ante a barra.
É como se a amplitude do meu corpo fosse diminuindo, diminuindo e diminuindo num espaço imenso que precisa ser preenchido de qualquer forma, a qualquer custo e é como se fosse dificil demais deixar que esse espaço diminua de vez comigo. É como se aquele compromisso com a disciplina se perdesse em coisas superficiais por alguns segundos, naquelas que ocupam momentos, que ocuparão o futuro e não o coração, pelo menos não plenamente.
Mais uma dança de palavras se esvaem na minha mente e se soltam dos olhos pra cá como a tempos não me solto num palco sendo o personagem em mim. Mais uma vez reclusa, mais uma vez presa, mais uma vez sem.. e mais nada.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

de onde vem a calma?



Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado
Rei de mim.

domingo, 17 de maio de 2009

su ar, seu ar.

Quis poder parar o tempo enquanto senti tua pele tocar meu corpo, enquanto tua boca me percorria inteira, plena, toda. Quis perder-me no espaço enquanto respirava o desejo da tua voz, do ar que, com toda a intensidade, saía do teu peito e entrava em meus ouvidos. O que faço com as mãos? Aquelas que invadem cuidadosamente meu vestido, minhas pernas e que se derretem no calor dos teus olhos nos meus olhos, dos teus lábios em minhas costas. E.. se esqueço dessa hora pelo corpo, lembro pelo coração. Quanto mais te ponho contra mim, mais sinto o bater e o cansar, te sinto. Sinto o amar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

p or men or

às vezes no silêncio da noite

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Réplica

Entrego-me no vão das leves letras de quinta a tarde, sentindo o calor entrar pela janela, sentindo a saudade arder em partes do corpo. Que mil acasos tragam os nós entre nós. Adoro sentir a presença curtinha de certas coisas na rotina, a vontade de escrever, de andar livre, sentir o sol na pele, vê-lo noutra pele, a presença de pequenas saudades depois de perder de vista e mesmo a presença do amor, que demorei, mas confessei ser amor.

terça-feira, 5 de maio de 2009

ganhas me perco.

Perco-me entre tardes, noites, fins de manhãs,
Ganhas-me entre beijos, cheiros, apertos, respirações,
Perco-me entre sons, tempos, redenções,
Ganhas-me entre chuvas, surpresas, confissões,
Perco-me entre tons, sorrisos, palavras tuas
Ganhas-me entre sonos, delírios, revelações nuas.

Perco-me entre o tempo, as luas, dimensões,
Ganhas-me no abrir e fluir de novas invenções,
Perco-me entre o calor, tua voz, o entardecer,
Ganhas-me no acaso de me enlouquecer.

Ganhas-me em teus braços, traços, teu amor e calma,
Enquanto perco-me aos poucos... louca, solta, sua, corpo, alma.

Se me perco, ganhas-me. Se me tens, encontro-me.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Dois olhos negros

A curiosidade de saber o que me prende? o que me paralisa? Serão dois olhos negros como os teus que me farão cruzar a divisa? ... É como se eu fosse pr'um Vietnã lutar por algo que não será meu. A curiosidade de saber..Quem é você? Dois olhos negros. Dois olhos negros. Queria ter coragem de te falar, mas qual seria o idioma? Congelado em meu próprio frio, um pobre coração em chamas...É como se eu fosse um colegial diante da equação, o quadro, o giz. A curiosidade do aprendiz diante de você... Dois olhos negros. Dois olhos negros. O ocultismo, o vampirismo, o voodoo. O ritual, a dança da chuva. A ponta do alfinete. O corpo nú. Os vários olhos da Medusa. É como se estivéssemos ali.. durante os séculos fazendo amor e é como se a vida terminasse ali no fim do corredor. Dois olhos negros.