E quem não sabe que nesse corpo eu sempre fui
macho, fui fêmea, fui raízes? E quem não sabe que nesse corpo eu sempre fui
bicho tentando e testando o máximo dos limites? E quem não sabe que nesse corpo
eu sempre fui performance e performer de mim mesma a cada palavra ou movimento construído? E quem não sabe que nesse corpo eu sempre fui íntimo e que desse corpo eu fui às vezes estrangeira. E íntima e estrangeiro. Eu sempre fui curioso e curiosa, eu sempre fui parte inteira. E
quem não sabe o que significou me fechar numa casa de pedra? Saiu esse corpo, esse enlouquecido uivo e riso que se reviu tantas vezes e se perguntou QUEM É VOCÊ? O
que é escolher estar mulher ? Assinaram por ti esse contrato? E
quem não sabe que nesse corpo sempre fui 3, sempre fui váries, variantes versões de mim. Hoje aqui. Depois. Eu quis mudar. E Fim.